sábado, 3 de outubro de 2009

Djavan (1)

- “Amarelo deserto e seus temores...”

- É “Amar é um deserto”.

- Como assim?

- “Amar é um deserto e seus temores”.

- Não, não é possível.

- Me diz qual deserto é amarelo.

- Todos, quer dizer, a maioria tem areia amarela.

- Tá, faz sentido, mas não é “amarelo”.

- Ah, vai dizer que há anos eu canto esta música errado deste jeito?

- E não canta? Tá com dúvida, joga aí no Google.

- ...

-...

- “Amar é”

- Te disse.

- Então o videokê tá errado.

- Ahã, processa eles.

- Se eu fosse o Djavan, eu processava, fica divulgando a música errado...

- Djavan não deve ter nunca chegado perto de um videokê!

- Ah, ele devia, pra ver se deixa de ser fanho...é tão bom soltar a voz!

- Só não é bom pra quem tá perto!

- Quando eu era novinha, lá em Cabo Frio, tinha concurso de videokê no Natal. Todo mundo da minha família cantava.

- Que bom que não te conhecia!

- Imagina, eu era ótima, ganhava todas! Tem um jeito certo pra ganhar pontuação boa: tem que gritar.

- Repito: que bom que não te conhecia!

- E tem as músicas que se encaixam melhor no seu tom, né? A minha é aquela música do holandês.

- Qual?

- Das antigas! “Eu perguntava ‘tu e o holandês?’, e te abraçava ‘tu e o holandês’”, sabe?

- Não. Nunca ouvi.




(Tânia confessa que canta "A maré, o deserto e seus temores". Ela também recorreu ao PaiGoogle.)

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