sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jaiminho (2)

- E se for menina, amor?
- Se for menina, eu quero que tenha o nome da minha avó.
- Como ela chamava mesmo?
- Antonieta.
- Jamáaaas.
- Qual o problema, Ana?
- Antonieta? É nome de rainha louca. Deixo não.
- Mas vai ser menino.
- Como você pode ter tanta certeza?
- Eu sinto. Na hora do “bang”, eu senti que era menino.
- Ah, tá, sei... To achando que vai ser uma menininha. Ai que linda! Vou prender o cabelinho dela assim, ela vai andar com uma roupinha toda rosa, de lacinho, de bolsinha...
- Cruzes! Desse jeito, vamos chamá-la de Árvore de Natal, que que ‘cê acha?
- Ué, podia ser Natália.
- Não.
- Por que não?
- Não gosto de Natália.
- Por quê?
- ...
- Anda, Celso.
- Porque eu já namorei uma Natália...
- Não sabia...
- Namoradinha de colégio.
- Bonita?
- Ana, é passado...
- Bonita?
- É.
- É ou era?
- Era.
- Tem certeza?
- Tenho, Ana! E vai ser menino e vai ser Celso Júnior.
- Celso não.
- Por que não?
- Ah, pensa bem. Na maternidade, os bercinhos todos, lado a lado: um Cauê, um Rodrigo, um Rafael, aí vem um Celso?!
- Que que tem? É um nome com personalidade!
- Celso é nome de adulto, né? Celso é nome de bibliotecário, de funcionário de cartório, de secretário de saúde...
- Celso, pô! Nome forte! “Olá, meu nome é Celso”. Poha, macho pra kct. Não tem no feminino, não tem essa de Celsa...
- Sei lá, me remete a gente velha. Fico pensando no Benjamin Button, no nosso baby nascendo já velhinho.
- Celso é fo-da! Você sabe o significado? É latim, quer dizer altivo, alto, elevado!
- Sei lá, Celso não me passa esta idéia, é meio borocoxô.
- Você sabe meu nome, não sabe?

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