segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lupa

- Bora, Ana!
- Já vou!
- Mas você demora muito pra se arrumar!
- É que perdi meu negocinho!
- Que negócio?
- Aquele negocinho, de colocar assim...
- Ã? Assim como?
- Coloca naquele trocinho. Pra apertar, pra não cair.
- Não to entendendo nada.
- Ai, Jesus, como chama?!
- Jesus?
- Não, o... o... o trem que coloca pra não deixar cair!
- Trem? Ã?!
- Ai, Celso! Você também não quer entender!
- Claro que quero, to te esperando há horas! Você já se maquiou, você já mudou mil vezes de roupa...
- Epa! Troquei de roupa porque o zíper da bermuda explodiu por sua causa!
- Tá, tá, tá...
- E se você quisesse ir logo, já teria me ajudado a procurar!
- Mas procurar o quê?!
- O... o...breguete!
- O que na face da Terra é um breguete?!
- Breguete é jeito de falar!
- Jeito de falar o quê?! (*suspiro*) Ana, minha flor, meu arco-íris em dia de verão, me ajuda a te ajudar: esquece esse dialeto e explica.
- Tava colocando o trocinho quando o negocinho caiu. Pode estar dentro da minha roupa, não sei... Por isso que to demorando. Ou ta no chão, ou ta na roupa, ou bateu na roupa e pra fora do banheiro, caiu na pia, não sei! Entendeu ou quer legenda?
- Hummmm. Caiu um botão?
- Não, caiu o ... a...
- O negocinho da orelha!
- Isso!
- Seu brinco?
- Nãaao, o que aperta, pra não deixar cair!
- Ahhhh, a tarracha!
- Isso!
- Que cor que é?
- Acho que é transparente...
- Pô, Ana, nesse piso branco... difícil...
- Pois é... já passei o pé pra ver se encontro... daqui não vejo nada.
- Peraí, que vou pegar aquele negócio pra ver melhor.
- Que negócio?
- Onde é que fica... o... a?
- Do que você ta falando, Celso?
- Daquele... que ajuda a ver...
- Não to entendendo...
- É uma haste, redondo em cima!
- Ã?

Um comentário:

  1. Ah droga, eu ia adivinhar se não fosse por esse título estraga prazeres

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