quarta-feira, 1 de julho de 2009

De noite2

- Acorda, Celso Henrique.

- Ã?

- Acorda!

- Que foi?

- Que foi?! Que foi que você quer que eu caia da cama!

- Ana, Ana...

- “Celso Henrique, Celso Henrique”

- Você acha que eu te empurro de propósito?

- Não, você me empurra de folgado que você é, ocupa 70% da cama.

- Eu, folgado?

- Sim, você faz questão de dormir com dois travesseiros e uma perna em cima de mim!

- Costume, pô!

- Ok, escolhe: travesseiro ou perna?

- Ah, não.

- São duas e quarenta e um. Daqui a... 3 horas e 19 minutos você eu temos que levantar.

- Travesseiro.

- Nossa, Celso Henrique...

- O quê?

- Eu podia jurar que você ia escolher a perna pra poder ficar juntinho de mim.

- Tá bom, então, perna.

- Assim não vale, tem que ter sinceridade.

- Mas eu fui sincero e você me criticou!

- Não era bem uma crítica, mas... sei lá, sabe isso de velhinhos dormirem de mão dada?

- Existe isso?

- Existe, meus avós dormiam de mão dada.

- Tá, eu fico com o travesseiro e fico de mão dada com você, tá bom assim?

- Combinado!

- ...

- ...

- Hum.

- Minha mão tá suando.

- Vamos fazer o seguinte: você passa a perna por cima de mim.

- Tá.

-...

- ...

-...

- Ai, ai, câimbra.

- Mentira, você nunca tem câimbra.

- Amor, é sério! Nunca tive câimbra porque nunca tive que passar a perna por cima de você!

- Mas é uma coisa tão simples, é só levantar a perna!

- Mas o sangue sobe.

- Ai, ai, ai.

- Vamos fazer regras: você não pode tomar mais que 50% da cama.

- Mas eu sou maior que você.

- Tá, 60%.

- E você não pode roncar.

- Eu sou mulher. Eu não ronco, eu ressono.

- Então ressona baixo.

- Não tem como controlar, é desvio de septo!

- Tenta, faz favor?

- Tá.

- Boa noite.

- Boa noite.

- ...

- ...

- Acorda, Celso Henrique.

- Que que foi agora?

- Você pode por favor acabar com o monopólio do edredon?

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