- Acorda, Celso Henrique.
- Ã?
- Acorda!
- Que foi?
- Que foi?! Que foi que você quer que eu caia da cama!
- Ana, Ana...
- “Celso Henrique, Celso Henrique”
- Você acha que eu te empurro de propósito?
- Não, você me empurra de folgado que você é, ocupa 70% da cama.
- Eu, folgado?
- Sim, você faz questão de dormir com dois travesseiros e uma perna em cima de mim!
- Costume, pô!
- Ok, escolhe: travesseiro ou perna?
- Ah, não.
- São duas e quarenta e um. Daqui a... 3 horas e 19 minutos você eu temos que levantar.
- Travesseiro.
- Nossa, Celso Henrique...
- O quê?
- Eu podia jurar que você ia escolher a perna pra poder ficar juntinho de mim.
- Tá bom, então, perna.
- Assim não vale, tem que ter sinceridade.
- Mas eu fui sincero e você me criticou!
- Não era bem uma crítica, mas... sei lá, sabe isso de velhinhos dormirem de mão dada?
- Existe isso?
- Existe, meus avós dormiam de mão dada.
- Tá, eu fico com o travesseiro e fico de mão dada com você, tá bom assim?
- Combinado!
- ...
- ...
- Hum.
- Minha mão tá suando.
- Vamos fazer o seguinte: você passa a perna por cima de mim.
- Tá.
-...
- ...
-...
- Ai, ai, câimbra.
- Mentira, você nunca tem câimbra.
- Amor, é sério! Nunca tive câimbra porque nunca tive que passar a perna por cima de você!
- Mas é uma coisa tão simples, é só levantar a perna!
- Mas o sangue sobe.
- Ai, ai, ai.
- Vamos fazer regras: você não pode tomar mais que 50% da cama.
- Mas eu sou maior que você.
- Tá, 60%.
- E você não pode roncar.
- Eu sou mulher. Eu não ronco, eu ressono.
- Então ressona baixo.
- Não tem como controlar, é desvio de septo!
- Tenta, faz favor?
- Tá.
- Boa noite.
- Boa noite.
- ...
- ...
- Acorda, Celso Henrique.
- Que que foi agora?
- Você pode por favor acabar com o monopólio do edredon?
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